quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Turquia - Dia 1 - Planejando e Chegando a Istambul

    A Turquia é magnífica, em todos os sentidos.  Viajar para lá comemorando 10 anos de casamento com meu marido querido foi mais maravilhoso ainda.  O país tem muito a oferecer: uma história incrível, paisagens inesquecíveis e muita hospitalidade! 
    Para falar a verdade, nos sentimos em casa.  Isto foi surpreendente, pois na minha imaginação a Turquia era um país exótico, com costumes e religião muito diferentes dos nossos.  Porém há muito em comum com nosso Brasil: é um país livre, crescendo economicamente, uma democracia.
    As diferenças estão, por exemplo, na religião, onde a maioria da população segue o islamismo.  Ao contrário do que eu imaginava, apesar de ser um país essencialmente islâmico, não vi radicalismo - nem na forma de se vestir, nem no pensamento, que é muito mais liberal do que se poderia pensar.  Vi muito menos mulheres vestidas dos pés à cabeça do que esperava. 
    Outro ponto de divergência é a cultura - a Turquia foi berço de diversas civilizações desde a pré-história (dos hititas pré-bíblicos aos impérios bizantino e otomano), e possui ricas camadas de história, com incontáveis monumentos, palácios, cidades antigas, igrejas e mesquitas.  
    Aprendi na Turquia que muitas coisas que associamos a países europeus têm, na verdade, origem turca:  o Papai Noel (São Nicolau) nasceu e viveu na costa sul da Turquia e foi um bispo em Myra, conhecido por sua generosidade com os necessitados (o Papai Noel de roupa vermelha que conhecemos foi invenção da Coca-Cola).  Também aprendi que a tulipa é original da Turquia, e foi levada para a Holanda no século XVII, se tornando popular a partir deste país.  A Turquia tem milhares de anos de história, enquanto que o nosso país possui apenas 500 anos!
   Me apaixonei tanto pela Turquia, que decidi relatar toda a viagem por meio deste blog.  Adoro viajar, e esta viagem foi o ponto alto de todos os lugares que já estive.  Espero poder compartilhar esta experiência maravilhosa com vocês, e também auxiliar os que pretendem ir com as dicas dos lugares, hotéis e restaurantes por onde passei.  O relato a seguir está dividido em dias de viagem, cada um com um vídeo contendo as milhares de fotos que tirei de tantas coisas interessantes! 

Organização da viagem
    Procurei em diversas agências de turismo do Brasil um pacote turístico que se adequasse às nossas necessidades:  datas fixas de ida e volta e tours que incluíssem os locais históricos.  As cotações que obtive não se encaixavam ora nas datas, ora nos preços, ora nos hotéis.  Queríamos algo especial, afinal, era nossa comemoração de 10 anos de casados!  
    Compramos então as passagens via internet na Turkish Airlines, que possui vôos diretos de São Paulo a Istambul, por preços bastante competitivos; depois, através de pesquisa no nosso querido site Tripadvisor, buscamos agências de turismo locais (da Turquia) bem avaliadas por viajantes para fazer os passeios e reservar os hotéis.  Encontramos a Byzas Tour, que nos ofereceu um pacote completo de 15 dias, com todos os traslados, hotéis e tours incluídos - melhor ainda, todos os tours foram privados, ou seja, tínhamos motorista e guia só para nós dois, um luxo!  Foram extremamente pontuais e tudo funcionou perfeitamente, em um sincronismo impressionante.  Os guias eram excelentes, muito gentis, experientes e falavam inglês fluente.  Certamente é possível se organizar tudo individualmente, porém ter todos os transportes e tours já prontos poupa muito trabalho e estresse antes e durante a viagem.

(24/06/2011 - sexta)
Embarque em Guarulhos
    Embarcamos em Guarulhos, com a Turkish Airlines, com destino à Istambul, em um vôo direto de 12 horas.  O serviço de bordo da companhia aérea foi excelente, desde a organização no check in e no embarque, até o serviço de bordo.  Funcionários gentis e atenciosos, comida gostosa e vinho da Turquia! 

Dia 01 (25/06/2011 - sábado)
Chegando a Istambul


    Chegamos à Istambul - finalmente! Um pouco quadrados de tanto ficar mos na poltrona do avião, mas inteiros!  As malas demoraram quase 2 horas para chegarem à esteira no aeroporto. Na saída do aeroporto nosso motorista já estava a postos, nos aguardando.  
    Fomos para o Hotel Amira Deluxe, no bairro Sultanahmet, centro antigo de Istambul.  O hotel é bem localizado, porém esperava ser mais próximo das atrações turísticas do bairro (é necessário subir uma bela ladeira para chegar à Mesquita Azul, por exemplo).  O hotel é bonito e charmoso, mas o banheiro decepcionou um pouco.  O serviço é impecável e todos foram muito atenciosos conosco, dando indicações de como explorar a cidade.  Vídeo com fotos do hotel:  
   
    Descansamos um pouco e saímos para jantar.  Fomos no restaurante Rumeli Cafe (pensávamos em ir no Rumist Cafe, mas como os nomes são tão parecidos, nos enganamos de restaurante hehehehe). A comida foi boa mas não impressionou.

Turquia - Dia 2 - Passeando com o ônibus turístico

Dia 02 (26/06/2011 - domingo)
Istambul


    Era um dia livre, sem tour do pacote, provavelmente para descansarmos da viagem e acostumarmos com o fuso horário (6 horas a mais que no Brasil.  Mas como não conseguimos ficar parados, resolvemos rodar a cidade em uma linha de ônibus de sightseeing do tipo sobe-e-desce nos pontos turísticos (hop-on-hop-off): City Sightseeing Istanbul.  Foi meio complicado, pois o ônibus atrasou e ficamos um tempão (mais de hora) esperando em uma parada.  Na minha opinião, muito caro e uma perda de tempo... Mas mesmo assim conseguimos ver coisas lindas nesta primeira volta por Istanbul e ficamos mortos de cansados... Pense num jet lag!
    
Palácio Dolmabahçe

    
   Visitamos primeiro o Dolmabahçe Palace. A  fila que se forma para comprar a entrada é monstruosa, e depois há outra fila para entrar no palácio - quanto mais cedo menor a fila:  quando terminamos a visita e saímos as filas tinham dobrado de tamanho.  
    O palácio Dolmabahçe terminou de ser construído em 1856, e foi residência oficial dos sultões otomanos de 1856 a 1877, e depois de 1909 a 1922, quando houve a dissolução do império otomano.  O palácio fica na beira do Bósforo, com lindas vistas.  
    Seu estilo mescla arquitetura otomana com européia.  Há em seu interior uma escadaria em cristal, fabulosa.  O salão cerimonial é incrível, e em seu centro está o maior lustre de cristal do mundo, pesando 4,5 toneladas e com capacidade para 664 velas.  
    Se você tiver interesse, clique nos links a seguir para saber maiores detalhes sobre o palácio: site oficial do palácio Dolmabahçe (governo turco) e passeio virtual pelos salões do palácio (para download).
    
Chora Church ou Kariye Camii ou Museu dos Mosaicos


    Nossa próxima parada foi o Museu dos Mosaicos, ou localmente conhecido como Chora Church ou Kariye Camii.  Descemos do ônibus turístico e fomos até o museu a pé - e nos perdemos um pouco, num bairro um pouco sinistro.  Depois de perguntar a várias pessoas, localizamos o museu.  
    A primeira igreja Chora foi reconstruída por Justiniano (527-565) no local da capela.  Na época de Komnenoi, serviu como igreja da corte para cerimônias religiosas importantes.  A igreja foi destruída na invasão dos Latinos (1204-1261) e restaurada no reino de Andronikos II (1282-1328).  Foi expandida ao norte, recebeu um exonártex no lado oeste e uma capela ao sul, e foi decorada com lindos mosaicos e afrescos.  Os mosaicos e afrescos em Chora são os exemplos mais belos de arte bizantina tardia (século XIV).  Os elementos característicos nos mosaicos e afrescos são a profundidade, os movimentos e  a plástica das figuras.  
    Após a conquista de Istambul em 1453 pelos otomanos, o prédio foi convertido em mesquita em 1511 pelo Vizir Hadim Ali Pasha, quando os mosaicos e afrescos foram cobertos com gesso.  Foi convertida em museu em 1945, e durante a restauração em 1948-1959, feita pelo Instituto Bizantino da América, os mosaicos e afrescos foram limpos e revelados.  Para saber mais sobre a história e arte da igreja Chora, visite o site oficial do museu clicando aqui.

Estação de Trem Sirkeci (Orient Express)


   Pegamos um táxi do Museu dos Mosaicos para a estação de trem Sirkeci, o famoso ponto final do trem Orient Express (o taxista nos passou a perna - tampou o taxímetro e nos cobrou 38 liras turcas por um percurso que custaria 14 - depois de muita briga pagamos 25 e xingamos muuuito em português). 
    A construção deste prédio foi iniciada em 11 de fevereiro de 1888 e foi inicialmente chamado de estação Müşir Ahmet Paşa.  A estação foi aberta em 3 de novembro de 1890.  O arquiteto do projeto foi August Jachmund, um prussiano enviado a Istambul pelo governo alemão para estudar arquitetura otomana, porém passou a dar palestras sobre design na arquitetura na Escola Politécnica de Istambul (hoje Universidade Técnica de Istambul).  O prédio tem uma área de 1.200m2 e é um dos mais famosos exemplos de orientalismo europeu, influenciando o design de outros arquitetos.  A estação também era moderna, pois possuía iluminação a gás e aquecimento.  O restaurante do terminal era um ponto de encontro de jornalistas, escritores e outras pessoas proeminentes nas décadas de 1950 e 1960.  Em 4 de outubro de 1883, a primeira viagem do Orient Express partiu da Gare de l'Est em Paris, França, com a Marcha Turca de Mozart na despedida.  A rota passava por Strasbourg, Karlsruhe, Stuttgart, Ulm e Munich na Alemanha, Vienna na Áustria, Budapeste na Hungria, Bucareste na Romênia, Rousse e Varna na Bulgária, terminando o trajeto na estação Sirkeci em Istambul.  A viagem levava 80 horas e 3.094 quilômetros.  
    A rota do Orient Express começou a ser reduzida a partir de 1977: primeiramente ia até Budapeste, depois apenas até Vienna.  Em 2007, passou a trafegar apenas entre Strasbourg e Vienna, parando definitivamente em 2009, após 130 anos de operação.  
    Faça um tour virtual pela estação Sirkeci clicando aqui.
    Após comermos um queijinho de cabra e tomarmos uma cervejinha na estação Sirkeci, fomos caminhando pelos bairros Sirkeci e Sultanahmet apreciando a cidade.  No caminho comemos delícias turcas em uma doceria.  Chegamos mortos ao hotel.
    
Jantar no Restaurante Matbah


    À noite, caminhamos e jantamos no restaurante Matbah (site do restaurante aqui).  Uma delícia, ao lado do palácio Topkapı, totalmente recomendável.  Cozinha otomana de primeira!!!  Meu prato foi um frango com canela e especiarias sobre purê de berinjelas.


Vídeo com todas as fotos:



Turquia - Dia 3 - Istambul (Tour pela Cidade Antiga)

Dia 03 (27/06/2011 - segunda)
    
    Que ótimo, dia do nosso primeiro tour da Byzas em Istambul!  De manhã bem cedo o guia veio nos buscar no hotel para o tour pela centro antigo da cidade.  Estava chovendo, e um pouco frio.  Fomos a pé, e no caminho compramos guarda-chuvas descartáveis (hehehe - da China, obviamente).  

Mesquita Azul (Sultan Ahmet Mosque)


    Nossa primeira visita foi à Mesquita Azul ou, seu nome verdadeiro, Mesquita Sultan Ahmet.  O nome popularmente conhecido de Mesquita Azul (ou Blue Mosque) se deve aos azulejos azuis que decoram o seu interior.  Foi construída entre 1609 e 1616, durante o reinado do sultão Ahmed I.  Sua construção foi realizada no local do Grande Palácio dos Imperadores Bizantinos, em frente à Hagia Sophia e do hipódromo.  O interior da mesquita é adornado com 20.000 azulejos de Iznik, com mais de 50 desenhos diferentes de tulipas.  O elemento mais importante do interior da mesquita é o Mihrab (nicho de orações na direção de Meca), esculpido em mármore.  As luminárias eram cobertas de ouro e pedras preciosas, e esta decoração em sua maioria foi levada para museus ou saqueada.  Você poderá obter maiores detalhes sobre a Mesquita Azul em seu site oficial, ou fazer um tour virtual clicando aqui.

Hipódromo (Hippodrome ou Sultanahmet Meydanı)


    A próxima parada foi o hipódromo.  O Hipódromo de Constantinopla era um circus, centro social e de esportes de Constantinopla, capital do Império Bizantino.  Hoje é uma praça chamada Sultanahmet Meydanı, com apenas alguns fragmentos da estrutura original ainda existentes.  A palavra hipódromo vem do grego hippos (cavalo) e dromos (caminho).  As corridas de cavalos e bigas eram passatempos populares no mundo antigo e hipódromos eram comuns em cidades gregas nas eras helenística, romana e bizantina.  O primeiro hipódromo foi construído quando a cidade se chamava Bisâncio, que era uma província de moderada importância.  Em 203 D.C., o imperador Septímio Severo reconstruiu a cidade e expandiu suas muralhas.  Em 324 D.C., o imperador Constantino o Grande decidiu mudar o governo de Roma para Bisâncio, a qual renomeu como Nova Roma.  Este nome não impressionou muito, e logo a cidade se tornou conhecida por Constantinopla, a cidade de Constantino.  Constantino promoveu o crescimento da cidade, e um de seus maiores feitos foi a renovação do Hipódromo.  Estima-se que o Hipódromo de Constantino tinha cerca de 450 m de comprimento e 130 m de largura.  Sua capacidade era de 100.000 expectadores.  A pista de corrida tinha formato de U, e o Kathisma (palco do imperador) estava localizado ao leste da pista.  O Kathisma podia ser acessado diretamente do Grande Palácio através de uma passagem que apenas o imperador e outros membros da família imperial podiam usar.  Os boxes do Hipódromo, que possuíam quatro estátuas de cavalos de cobre dourado puxando uma quadriga em seu topo, ficavam no norte.  O Sphendone (tribuna curvada da estrutura em U, a parte inferior ainda existe) ficava no sul.  Os quatro cavalos dourados, hoje chamados de Cavalos de São Marco, cuja origem grega ou romana ainda é indeterminada, foram pilhados durante a Quarta Cruzada em 1204 e instalados na fachada da Basílica de São Marco em Veneza (sim, os cavalos são turcos!).  A pista era decorada com estátuas de bronze de cavalos e condutores famosos, porém nenhuma existe mais.  O Hipódromo também era lotado de estátuas de deuses, imperadores e heróis, entre estes algumas obras famosas, como Hércules de Lysippos, Rômulo e Remo com a Loba e a Coluna Serpentina.  Em seu livro De Ceremoniis, o imperador Constantine Porphyrogenitus descreveu a decoração do Hipódromo por ocasião de uma visita de sarracenos ou árabes, mencionando as cortinas púrpura e as tapeçarias raras.  Por todo o período bizantino, o Hipódromo foi o centro da vida social da cidade.  Altas somas de dinheiro eram apostadas nas corridas de biga, e inicialmente quatro times tomavam parte nas mesmas, cada um patrocinado e suportado por um partido político diferente do Senado Romano/Bizantino:  Os Azuis (Venetoi), os Verdes (Prasinoi), os Vermelhos (Rousioi) e os Brancos (leukoi).  Os dois últimos foram enfraquecendo gradualmente e foram absorvidos pelos outros dois (Azuis e Verdes).  Um total de oito bigas (duas por time) puxadas por quatro cavalos cada, competiam na pista do Hipódromo.  Estas corridas não eram simples eventos de esporte, mas também eram as raras ocasiões quando o Imperador e os cidadãos comuns se reuniam em um único local.  Discussões políticas eram realizadas frequentemente no Hipódromo.  A rivalidade entre Azuis e Verdes se misturava com rivalidades políticas ou religiosas, e às vezes originavam tumultos que evoluíam para guerras civis na cidade.  A mais severa foi a Revolta Nika em 532, no qual aproximadamente 30.000 pessoas foram mortas e muitos prédios importantes, como a segunda igreja Hagia Sophia, foram destruídos.  A Hagia Sophia atual (terceira) foi construída por Justiniano após a Revolta de Nika.  Constantinopla nunca se recuperou dos saques durante a Quarta Cruzada e o Império Bizantino sobreviveu até 1453, e nesta época, o Hipódromo se tornou ruína.  Os Turcos Otomanos, que capturaram a cidade em 1453 e a transformaram na capital do Império Otomano, não se interessavam por corridas e o Hipódromo foi gradualmente esquecido, apesar de nunca nada ter sito construído em seu lugar.  O Hipódromo foi usado em várias ocasiões, como nas ricas e longas cerimônias de circuncisão dos filhos do Sultão Ahmet III.  Em pinturas miniatura otomanas, o Hipódromo é mostrado com os assentos e monumentos ainda intactos.  Apesar de as estruturas não existirem mais, a praça Sultanahmet de hoje em dia segue em grande parte a planta e as dimensões do Hipódromo desaparecido.  Os monumentos que ainda estão em seu lugar são:
  • Coluna Serpentina, também conhecida como o Tripode de Delphi ou Tripode de Plateias.  É uma coluna de bronze, parte de um antigo tripode grego para sacrifícios, original do Oráculo de Delfi e trazido por Constantino o Grande em 324.  As cabeças das serpentes permaneceram no local até o século XVII (uma está no Museu Arqueológico de Istambul).
  • O Obelisco de Tutmés III ou de Teodósio, que foi trazido do Egito em 390 pelo imperador Teodósio o Grande, e foi colocado no meio da pista de corrida.  Seu local original era o Templo de Karnak em Luxor e foi construído com granito rosa durante o reino de Tutmés III por volta de 1490 A.C.  Teodósio teve que dividi-lo em três partes para trazê-lo a Constantinopla.  Apenas a seção superior sobreviveu e está sobre um pedestal de mármore.  
  • A Coluna (ou Obelisco) de Bronze - construída no século X por Constantino, era coberta por placas de bronze que foram saqueadas durante a Quarta Cruzada.  Seu núcleo de pedra continua de pé.
  •  A Fonte Alemã, de estilo neo-bizantino, construída para comemorar o segundo aniversário da visita do imperador alemão Guilherme II em 1898.  Foi construída na Alemanha, trazida e montada no local peça a peça em 1990.
    Sobre o Hipódromo, os sites que achei mais interessantes na web são:
  1. A reconstrução virtual do Hipódromo em 1200, no site Byzantium 1200;
  2. Fotos panorâmicas no 360cities;
  3. Fonte do texto acima na Wikipedia.
Palácio Topkapı (Topkapı Sarayi)


    O Palácio Topkapı é foi a residência oficial dos Sultões Otomanos por aproximadamente 400 anos (1465 a 1856) dos 624 anos de seu reinado.
    O palácio era o palco para eventos de estado e divertimentos da realeza, e hoje é uma grande atração turística.  Lá estão as mais sagradas relíquias do mundo muçulmano:  a capa e a espada do Profeta Maomé. 
    Topkapı é tombado como patrimônio da humanidade pela UNESCO.  Sua construção teve início em 1459, por ordem do Sultão Mehmed II, o conquistador de Constantinopla.  O palácio é um complexo formado por quatro pátios principais e vários prédios menores.  Durante o período em que era residência da realeza, era o lar de aproximadamente 4.000 pessoas e anteriormente cobria uma área litorânea maior.  O complexo foi expandido durante os séculos, com muitas restaurações tais como as ocorridas após o terremoto de 1509 e o incêndio de 1665.  Possui mesquitas, um hospital,  padarias e uma cunhagem de moedas.
    Topkapı perdeu sua importância no final do séc. XVII, à medida em que os Sultões preferiam passar mais tempo nos seus palácios ao longo do Bósforo. Em 1856, o Sultão Abdül Mecid I decidiu mover a corte para o recentemente construído Palácio Dolmabahçe, o primeiro palácio em estilo europeu da cidade. Algumas funções, como o tesouro imperial, a livraria, mesquita e a cunhagem de moedas permaneceram nele. Após o fim do Império Otomano em 1921, o palácio foi transformado em museu da era imperial.   
    O complexo possui centenas de quartos e câmaras, mas apenas os mais importantes são acessíveis ao público.  O palácio está repleto de exemplos da arquitetura otomana, e também tem grandes coleções de porcelana, armas, escudos, armaduras, miniaturas otomanas, manuscritos otomanos e uma mostra do tesouro e jóias, que é impressionante.
   Caso se interesse, acesse a página oficial do palácio, há detalhes históricos muito interessantes, muitas fotos e passeios virtuais pelo complexo. Há também um filme de 1964, chamado Topkapı, rodado no palácio e com peças reais do museu.

Grand Bazaar


    Isto sim é uma loucura!!!  Depois do almoço fomos para o Grand Bazaar, um dos maiores mercados cobertos do mundo, com 60 ruas e 5.000 lojas (sacoleiras, atacaaaar!).  O guia nos deixou em um dos portões, e praticamente saiu correndo...  Acho que era medo... 
    As lojas estão agrupadas por tipo de mercadoria:  jóias, cerâmicas pintadas à mão, tapetes, bordados, especiarias, antiguidades e moda.  Tem de tudo, é imenso e insano, dá para se perder tranquilamente lá dentro!  
    É composto por dois prédios abobadados.  O primeiro foi construído entre 1455 e 1461 por Mehmed O Conquistador.  Foi ampliado no séc. XVI, pro Solimão o Magnífico, e em 1894 sofreu uma extensiva restauração após um terremoto.  
    O complexo possui duas mesquitas, quatro fontes, dois banhos turcos, vários cafés e restaurantes.  Fizemos boas compras por lá, mas para conseguir o preço justo foi preciso pechinchar muito!  
    Neste dia não compramos nada no Bazaar, mas ganhei uma aliança de ouro em comemoração ao aniversário de casamento (uhuuuu).  
    O Grand Bazaar possui um site oficial, clique aqui para conhecê-lo.  Visite virtualmente uma loja de presentes do Grand Bazaar clicando aqui.

Cisterna da Basílica


    Caminhamos a partir do Grand Bazaar até a Cisterna da Basílica, conhecida em turco por Yerebatan Sarayı (Palácio Submerso) ou Yerebatan Sarnıcı (Cisterna Submersa).  Este ponto turístico ficou por nossa conta pois não estava incluso no pacote da Byzas.
    Esta é a maior das várias centenas de cisternas antigas que se encontram no subsolo de Istambul.  A cisterna está localizada 150m a sudeste de Hagia Sophia, e é muito fácil de encontrá-la pelos normes em turco nas placas nas ruas do entorno.
    A Cisterna da Basílica foi construída no século VI durante o reinado do imperador bizantino Justiniano I.
    O nome desta estrutura subterrânea vem de uma grande praça pública de Constantinopla, a Basílica Stoa, embaixo da qual a cisterna foi construída.  Antes de ser convertida em cisterna, a grande basílica, construída entre os séculos III e IV durante o início da era romana, era um centro comercial e artístico.

Veja o vídeo com todas as fotos deste dia:

Turquia - Dia 4 - Istambul (Mais Cidade Antiga, Cruzeiro de Iate e Museu Arqueológico)

Dia 04 (28/06/2011 - terça)

Hagia Sophia (A Basílica)

    
     A primeira parada foi na Ayasofya (turco) ou Hagia Sophia (grego, que significa Santa Sabedoria).  Esta basílica estava nos meus sonhos há muito tempo, e era um dos locais da minha lista de "lugares para conhecer antes de morrer".  Ela é simplesmente fantástica e a visita foi muito emocionante para mim.
   A Basílica de Hagia Sophia é um edifício imponente construído entre 532 e 537 pelo Império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla (hoje Istambul) e que foi convertido em mesquita em 1453, sendo usado com  tal finalidade até 1935, quando foi transformado em museu.
    A primeira grande igreja no local foi construída pelo Imperador Constâncio, filho de Constantino o Grande, mas foi destruída durante a Revolta de Nika de 532. O edifício foi reconstruído em sua forma atual entre 532 e 537 sob a supervisão pessoal do Imperador Justiniano I, que mandou Paulo Silenciário compor um poema descrevendo a beleza da igreja, comparada por ele a um "campo de mármore", tantas as cores utilizadas. É considerada o principal exemplo de arquitetura bizantina. Seu interior foi decorado com colunas, esculturas de mármore e mosaicos. A riqueza e o nível artístico da basílica teria levado Justiniano a dizer "Salomão, eu te superei!".
     Os arquitetos da basílica foram Isidoro de Mileto e Antemio de Tralles, professores de geometria da Universidade de Constantinopla. Hagia Sophia é coberta por uma abóbada central com 31m de diâmetro e 55,6m de altura.
    Durante 900 anos, a basílica foi a sede do Patriarca Ortodoxo de Constantinopla e o principal cenário para cerimônias imperiais. Hagia Sophia foi convertida em uma mesquita após a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos comandados pelo Sultão Mehmed II, em 1453. Seus ricos mosaicos figurativos foram cobertos com gesso. Por quase 500 anos, foi a principal mesquita de Istambul e serviu como modelo para muitas das grandes mesquitas otomanas da cidade, tais como a Mesquita Shehzade, a Mesquita Süleymaniye e a Mesquita Rüstem Paşha.
     Em 1935, Kemal Atatürk ordenou a sua secularização e a basílica converteu-se em museu. Os mosaicos coloridos permaneceram cobertos em sua maior parte e o edifício deteriorou-se. Uma missão da UNESCO em 1993 notou queda do gesso, revestimentos de mármore sujos, janelas quebradas, pinturas decorativas danificadas pela umidade e falta de manutenção no telhado. Desde então a limpeza e a restauração são constantes. Os excepcionais mosaicos do assoalho e da parede que estavam cobertos desde 1453 estão sendo limpos e restaurados gradualmente.
    Faça um tour virtual por Hagia Sophia neste site, é impressionante.  Para ler mais sobre a basílica, clique aqui


Bazar das Especiarias


    O Bazar das Especiarias (também conhecido como Mercado Egípcio  ou, em turco, Mısır Çarşısı) é um dos bazares mais antigos da cidade.  Está localizado em Fatih, bairro Eminönü.  É o segundo maior mercado coberto de Istambul atrás apenas do Grand Bazaar.
     O Bazar é um prédio em formato de L, consistindo de 88 salões abobadados.  Sua estrutura foi projetada pelo arquiteto chefe da corte, Koca Kasim Ağa e completado pelo arquiteto Mustafa em 1660.   
     O Bazar das Especiarias sempre foi um centro de comércio de especiarias na cidade.  Lá é possível encontrar uma imensa variedade de especiarias da própria Turquia bem como de outros países orientais.  Há chás, delícias turcas (doces típicos), castanhas, souvenires, utensílios domésticos, etc.  
      É interessante não se limitar ao Bazar em si, mas dar uma voltinha pelas ruas em volta, também repletas de lojinhas, antes de comprar.  Fora do Bazar há os mesmos itens com preços mais baixos (apesar dos comerciantes lá fora falarem menos inglês).
     Um hábito interessante dos vendedores e garçons é ficarem na porta dos estabelecimentos tentando atrair os clientes (especialmente os turistas) para dentro.  Quase todos eles olham para você e dizem "yes, please" (sim, por favor).  Depois de alguns vários "yes, please" já estávamos rindo e apostando quem levava mais "yes, please" no dia...  

Mesquita Rüstem Pasha



    A mesquita Rüstem Pasha está localizada em uma rua fora do Bazar de Especiarias (Egyptian ou Spice  Bazaar), no bairro de Eminönü.
    Foi projetada pelo arquiteto otomano imperial Mimar Sinan para o grão-vizir Damat Rüstem Pasha, marido de uma das filhas de Solimão o Magnífico, a princesa Mihrimah.  Sua construção ocorreu de 1561 a 1563.
    A mesquita foi erguida em um terraço alto sobre lojas, cujos aluguéis deveriam financiar o complexo da mesquita.  Escadas estreitas nos lados dão acesso a um grande pátio.  A mesquita possui duas varandas com quatro abóbadas, que sustentam o teto baixo por meio de colunas.
    A mesquita é famosa pela imensa quantidade de azulejos de Iznik, com uma variedade impressionante de lindos motivos florais e geométricos, os quais cobrem a fachada da varanda, o mihrab, minbar, paredes e colunas.  Os azulejos possuem a cor vermelho-vivo característica do início do período de Iznik (1555-1620).  Nenhuma outra mesquita em Istambul possui tal detalhe, tão luxuoso.
    A planta da mesquita é basicamente um octágono inscrito em um retângulo.  A abóbada principal está apoiada em quatro semi-abóbadas, nas diagonais do prédio.  
    Saiba mais sobre a Mesquita Rüstem Pasha clicando aqui.  Você poderá também visitar virtualmente o interior (clique aqui) e o exterior (clique aqui) da mesquita.


Passeio de Iate pelo Bósforo (um iate para chamar de seu)


    Da Mesquita Rüstem Pasha saímos com nosso guia, de carro, para a marina em Ortaköy, do outro lado de Istambul.  A Byzas Tour organizou para nós um passeio de iate particular - que luxo!  Normalmente os turistas usam as ferries que cruzam o Bósforo e funcionam como táxis aquáticos, porém, especialmente na alta temporada, estas ferries ficam lotadas.  Assim, a agência nos indicou o passeio de iate particular - a princípio achamos que seria um pouco demais, mas o agente de viagens conseguiu nos convencer de que seria uma boa idéia - até porque a diferença no valor do pacote era muito pequena.  Ao chegarmos na marina, lá estava o iate: lindo, maravilhoso, luxuoso, confortável e todos os outros adjetivos positivos pertinentes, só para nós dois!!!  Clique aqui para ir ao site da Byzas e ver como o passeio funciona.  Também havia bebidas e petiscos inclusos, que delícia.  Realmente compensou muito, e indicamos muuuuito esse passeio!  Muito relaxante, é demais!
    O passeio passa por diversos pontos turísticos no Bósforo.  A vista da Ponte do Bósforo, que liga a parte européia à asiática de Istambul, a partir da água, é incrível.  
    Passamos por lindas Yalı, mansões de veraneio da época otomana construídas nos séculos XVII e XVIII, geralmente de madeira (a mais cara, segundo a revista Forbes, é a Erbilgin Yalısı, listada como a 5a. casa mais cara do mundo, avaliada pela bagatela de 100 milhões de dólares).  
    Passamos também pela fortaleza Rumeli construída no lado europeu, em 1452, pelos otomanos para tomar Constantinopla. Outro local interessante foi  a fortaleza Anadoluhisarı, construída no lado asiático, um século antes da Rumeli, também pelos otomanos para atacar Constantinopla.  
    Vimos o Palácio Beylerbeyi, construído no lado asiático na década de 1860, para servir como residência de verão do imperador otomano.  Também passamos pelo Palácio Çirağan, hoje transformado em um hotel de luxo, mas que foi construído entre 1863 e 1867 pelo Sultão Abdülâziz, que foi encontrado morto em 1876 neste palácio (o sucessor, seu sobrinho Murad V, mudou para o palácio, mas reinou apenas por 93 dias, sendo deposto com alegação de insanidade mental por seu irmão Abdülhamid II, que o prendeu no palácio até sua morte em 1904). Em 1910, um incêndio destruiu quase tudo, sobrando apenas as paredes externas.  Foi restaurado em 2007.
    Terminamos o passeio quase morrendo de tão chiques... Na maior felicidade!  kkkkkkk


Museu de Arqueologia de Istambul



    Na verdade são três museus:  o Museu de Arqueologia, o Museu do Oriente Antigo e o Museu de Arte Islâmica (Quiosque dos Azulejos).  Possui mais de um milhão de objetos em suas coleções, o que representa quase todas as eras e civilizações da história mundial.
    Está localizado nos jardins do Palácio Topkapı e foi fundado em 1891, ainda durante o império otomano.
    Os objetos de maior destaque são:
    O museu é interessantíssimo e muito grande, é preciso bastante tempo para aproveitá-lo bem.  Passamos uma tarde inteira no museu, e não foi o suficiente.  Agora o que resta é curtir o site do museu.


Jantar no Restaurante Khorasani



     Última noite em Istambul antes de embarcarmos para a Capadócia!  Jantamos no restaurante Khorasani, indicação da recepção do Hotel Amira.  Valeu muito, kebaps com raki deliciosos e o serviço foi excelente.  Recomendamooooos!!!  Percebemos que na Turquia se come muito bem, e muito mais barato que no Brasil.  Ótimo!
    Caminhamos de volta ao Hotel Amira, e no caminho vimos uma apresentação de Dervixe rodopiante em um restaurante:

    Depois ficamos com muito medo desse outro restaurante (hehehehe):



Veja o vídeo com todas as fotos desse dia:



Turquia - Dia 5 - Capadócia (Göreme, Vale dos Monges, Dervixes)

Dia 05 (29/06/2011 - Quarta)

A Capadócia
    
     Capadócia significa, em antigua língua persa, "terra dos belos cavalos".  Os romanos valorizavam muito as éguas reprodutoras da Capadócia, tanto que estabeleceram um imposto especial para a venda delas.
     A Capadócia é um lugar muito misterioso, difícil de descrever em palavras.  As incríveis formações rochosas chamadas de chaminés de fada são a característica mais marcante da região.
    Existem também incontáveis cavernas escavadas nas rochas vulcânicas chamadas de tufo vulcânico - inclusive cidades inteiras embaixo da terra.  Muitas cavernas são igrejas com lindos afrescos cristãos do século IV.  
    A paisagem da Capadócia se formou há 30 milhões de anos, quando vulcões cobriram a região com cinzas, que se solidificou em um material chamado tufo, muito suscetível à erosão.  Em alguns locais o tufo foi coberta por pedra vulcânica mais dura.   No decorrer do tempo, a tufa se desgastou dando origem às Chaminés de Fada, formações cônicas de tufa com pedra vulcânica mais dura em cima.  
    É também a terra natal de São Jorge, meu santo protetor - e foi por causa dele que sempre tive vontade de conhecer a Capadócia.  Não resisti e coloquei a música "Jorge da Capadócia" como trilha do slideshow deste dia.
    A Capadócia é extraordinária e sustentou exércitos e impérios.  É também uma região agrícola produtora de cereais, uvas e outras frutas, óleos vegetais e beterraba.  A produção de vinho também é histórica.

Chegando à Capadócia
   
    Saímos de Istambul de manhã cedo e pegamos um vôo doméstico da Turkish Airlines até a cidade de Nevşehir.  Ao chegarmos no aeroporto nosso guia Fatih e o motorista já estavam nos aguardando - muito bacana! - para sairmos no 1o tour pela região.


Castelo de Uçhisar




    Nossa primeira parada foi o Castelo de Üçhisar. É o ponto mais alto da Capadócia, localizado na estrada que liga Nevşehir a Göreme.  Seus primeiros habitantes são desconhecidos.  Há várias salas escavadas na rocha, interligadas por corredores.  As chaminés de fada em volta possuem tumbas bizantinas, que se encontram bastante destruídas por saques. 


Museu a Céu Aberto de Göreme



    O Vale do Göreme é a maior concentração de igrejas e mosteiros da Capadócia (30 ou mais).  Várias cavernas têm afrescos lindíssimos retratando cenas do Antigo e Novo Testamento, a vida de Cristo e dos Santos.  O governo turco preservou a área transformando-a em museu e a UNESCO a tombou como patrimônio histórico da humanidade.
     No século IV, pequenas comunidades anacoretas (eremitas religiosos) começaram a ser formar nesta região, son instrução de São Basílio da Cesaréia.  Eles cavaram celas nas rochas de tufa.  Durante o período iconoclástico (725-842) a decoração dos santuários foi minimalista, normalmente símbolos como, por exemplo, a cruz.  Após este período, novas igrejas foram escavadas nas rochas e ricamente decoradas com afrescos coloridos.
     A primeira estrutura que impressiona está fechada ao público: o Mosteiro de Kızlar.  Os monges viviam e trabalhavam neste mosteiro escavado na rocha.  Visitamos, por ordem (não eram permitidas fotos dentro das igrejas, portanto clique nos links para ver sites com fotos e detalhes de cada uma): 
  • Igreja de Elmalı: também conhecida como Apple Church (Igreja da Maçã), foi escavada em torno de 1050 com quatro pilares irregulares na forma de uma cruz grega, com estes pilares sustentando a abóbada central.  Sua restauração foi terminada em 1991, mas os afrescos ainda descascam mostrando camadas de pintura ainda mais antigas.  A igreja tem cenas de santos, bispos e mártires.  À direita do altar, há uma Última Ceia.  O nome da igreja, acredita-se, se refere à uma esfera na mão do Arcanjo Miguel pintado na abóbada central, ou à uma macieira que haveria próxima.
  • Igreja de Santa Bárbara: Bárbara foi uma mártir egípcia que foi presa por seu pai para protegê-la das influências do cristianismo.  Mesmo assim, Bárbara descobriu uma forma de praticar sua fé e seu pai a torturou e matou.  Construída no fim do século XI, a igreja foi construída, possivelmente, em tributo a esta mártir.  A igreja possui uma abóbada central e tem formato de cruz, com duas colunas.  A abóbada mostra Cristo no Trono, com desenhos geométricos pintados em ocre vermelho diretamente na rocha.  Ao norte há ainda a pintura de São Jorge e São Teodoro a cavalo matando o dragão;
  • Igreja de Yılanlı: também conhecida por Snake Church (Igreja da Cobra.  É uma igreja escavada no formato de abóbada cilíndrica com um teto e nave longos.  Seu nome vem do afresco de São Teodoro e São Jorge matando o dragão (ou cobra, como representado na pintura).  A igreja também possui um afresco do imperador Constantino e sua mãe, Santa Helena, segurando a Cruz Verdadeira.  A lenda diz que ela descobriu a cruz em que Cristo foi morto após ter um sonho, e aquele pedaço da cruz ainda está enterrado nas fundações da Hagia Sophia em Istambul.  Outros pedaços da cruz estão na Igreja do Santo Sepulcro e na Basílica de São Pedro em Roma. Outra pintura interessante é a de São Onofre na parede superior à direita da entrada.  O Santo viveu como eremita no Egito, no deserto próximo a Tebas, e é representado com uma longa barbar grisalha, vestindo apenas uma folha de figueira;
  • Refeitório;
  • Igreja de Karanlık:  Também conhecida como a Igreja Escura (Dark Church), era um complexo monástico construído no século XI.  Possui abóbada, uma nave principal, duas capelas menores e quatro colunas.  É decorada com cenas do Novo Testamento:  Cristo Pantocrator, Natividade, Adoração dos Magos, Batismo, Última Ceia, Traição de Judas, Crucifixação e Ressurreição.  Após a invasão turca, foi usada como pombal até a década de 1950.  Depois de 14 anos de limpeza das fezes de pombos das paredes, estes lindos afrescos se tornaram os mais bem preservados da Capadócia e um ótimo exemplo de arte bizantina do século XI.  Parte do nártex e do vestíbulo desmoronou, abrindo parte da igreja ao tempo e destruindo alguns afrescos.  O nome, se acredita, veio de uma pequena abertura no nártex que deixava entrar apenas um pouco de luz, o que preservou os pigmentos dos afrescos.
  • Igreja de Tokalı: A nave principal contém afrescos do século IX em estilo provençal.  Pinturas mais recentes estão nos três apses, do século XI, em estilo metropolitano.  A igreja possui afrescos dos Doze Apóstolos, santos e cenas da vida de Jesus (963-969 e século XI, respectivamente).  A igreja também tem uma cripta abaixo da nave.  É formada por quatro câmaras:  a Igreja Antiga (séc. X), a Igreja Nova (maior, início do séc. XI), o Paracclesion e a Igreja Inferior. A Igreja Antiga é decorada com tons suaves de vermelho e verde, em faixas, para representar cenas do Novo Testamento e representações de santos.  Os painéis de azul intenso foram pintados com pigmentos da pedra lápis-lázuli e dominam a Igreja Nova: cenas do Novo Testamento, os milagres de Cristo, os primeiros diáconos, episódios da vida de São Basílio (um dos pais da Capadócia), representação de um dos Quarenta Mártires e de São Menas. O Paracclesion, localizado à esquerda da Igreja Nova, é uma capela cilíndrica com um único apse.  A Igreja Inferior tem três corredores e uma tumba ou cripta. Lindíssima, fica próxima à entrada do museu, e não dá para perder!

    Clique aqui para uma visita virtual a Göreme.

Almoço no Restaurante Uranus Sarikaya




    O almoço estava incluso no passeio, e o guia nos levou num restaurante-caverna (iabadabaduuuu).  Fomos ao Uranus Sarikaya - havia música tradicional turca ao vivo e a caverna era o máximo.   Comemos um prato de kebap tradicional da Capadócia, feito em um pote de barro onde a carne é cozida com legumes e especiarias.  No momento de servir, a caçarola é quebrada pois é lacrada durante o cozimento.  Uma delícia.  Suco de damascos e cerejas à vontade.  De sobremesa, baklava, que é um folhado com pistaches mergulhado em mel!!! 

Loja de Tapetes
     A maioria dos passeios turísticos levam inevitavelmente a uma loja de tapetes.  Esta nos foi apresentada como uma cooperativa de artesãos.  Por incrível que pareça, há sempre alguém nesses lugares que fala qualquer língua: apareceu um vendedor falando português brasileiro.  O rapaz nos mostrou uma artesã fazendo um tapete de seda e o processo de remoção do fio de seda do casulo do bicho-da-seda (o coitado é cozido vivo em água quente).  Depois nos levaram para uma sala e fecharam a porta (apelidamos a tal sala de "quartinho do pânico", toda loja de tapetes tem um... rsrsrsrs), e começaram a mostrar os diferentes tipos de tapete, cuja qualidade é definida pelo número de nós por centímetro quadrado.  Quanto mais nós, melhor e mais caro.  Eles tratam os potenciais compradores muito bem: fazem sentar e oferecem chá ou bebidas.  Então começam os preços:  U$ 10.000, U$ 25.0000 (pequenininho, mas de seda e com muitos nós).  Entendeu o porquê do apelido "quarto do pânico"?  hehehehe.  O vendedor ainda fica repetindo "Não tem problema não comprar, ficaremos amigos do mesmo jeito".  Ainda bem que não rola pressão!!!  Saímos quase fugindo do lugar... Ui!  Experiência traumática.  Eu só queria um tapetinho simplesinho para fazer um quadro, nem no chão queria colocar... 
     Não desmerecendo o trabalho do artesão, obviamente - deve dar muito trabalho e tomar muito tempo para fazer um tapete assim.  E realmente, os tapetes são lindos!!!  Infelizmente ainda não estamos neste estágio financeiro...

Cerâmica de Avanos 

      Avanos é uma cidade conhecida por suas tapeçarias e pela cerâmica de barro vermelho, extraído das margens do rio Kızılırmak.  A cerâmica é uma tradição da região desde os tempos dos hititas e ainda muito importante.  
     Fomos levados a uma fábrica de cerâmicas chamada Chez Galip (neste link está o site da fábrica com fotos e passeio virtual - está em turco, mas é interessante).  Lá o ceramista master Galip Körükçu fez um jarro de barro em segundos na nossa frente.  Devido ao trauma do quarto do pânico, não tiramos fotos, mas aqui está uma foto do Sr. Galip produzindo um jarro: 

    Aqui também apareceu um vendedor falando português (um rapaz que casou com uma brasileira que conheceu pela internet, veio para o Brasil, morou 4 anos e meio, separou e voltou para a Turquia).  Ele gentilmente nos mostrou as peças na loja.  Lindas cerâmicas em uma loja grande e bem organizada.
     De repente, o Sr. Galip aparece e joga um jarro de cerâmica no chão, na minha frente.  Não quebrou.  Depois pediu para que eu subisse em cima do jarro - também não quebrou (olha que sou grandinha!).  Por não quebrar o jarro ganhei uma tigelinha feita por ele autografada!!! 
     O Sr. Galip também mantém um museu de cabelo (???) que está no livro Guiness.  Ele corta uma mecha de cabelo da mulherada e coloca lá com o endereço da dita cuja (acho que ele não curtiu minha escova progressiva, só fiquei sabendo do museu quando pesquisei na net para o blog).  Todo ano ele escolhe 10 criaturas e dá estadia e curso de cerâmica de presente para elas. 
     Compramos um prato e uma tigelinha de cerâmica, muito lindos, feitos lá.  Posteriormente vimos coisas similares em Kuşadası pela metade do preço: perguntamos ao guia de lá, que nos disse que se compramos na Capadócia, é certeza ser original e feito à mão - em outros locais estão vendendo coisas feitas na China... Ó céus... 

Vale dos Monges (Paşabağı)

    Pilares de rocha incríveis podem ser vistos aqui, em meio a um vinhedo - o nome Paşabağı significa vinhedo do pachá.  Pachá em turco significa general ou militar e é um apelido popular.  O outro nome (Vale dos Monges) é originado de algumas formações rochosas em forma de cone que lembram monges, além de monges eremitas terem também habitado o local.  
    Alguns dos cones se dividem em cones menores em sua parte superior, nas quais eremitas moravam.  O monge Simeão foi um eremita que morou aqui.  Uma capela dedicada a ele (São Simeão) e seu abrigo eremita ficam em uma das chaminés de fada com três pontas.  São Simeão viveu em reclusão perto de Allepo no século V, então rumores de que fazia milagres começaram a circular.  Perturbado com toda essa atenção, ele passou a viver no topo de uma coluna de 2 metros, depois mudou para outra de 15 metros de altura.  De lá ele só descia ocasionalmente para pegar água e comida trazidos por seus discípulos.
    O Vale dos Monges contém algumas das mais impressionantes chaminés de fada com pontas duplas e até triplas.  Este estilo é único, mesmo neste local, e este tipo de formação é chamada de chaminé de fada em forma de cogumelo.  
    George Lucas filmou um dos episódios de Guerra nas Estrelas aqui perto!  Parece mesmo cenário de ficção científica!

Vale Devrent (da Imaginação)


     Este local é chamado de Vale da Imaginação (Devrent, em turco) pois precisa imaginação para descobrir com que as formações rochosas se parecem:  duas pessoas com lábios grandes se beijando (!!!), camelo, etc.  

Check In no Hotel Yunak Evleri


     Estava morrendo de curiosidade para conhecer o hotel.  Imagine só, um hotel-caverna!  Dá só uma olhada no site do Hotel Yunak Evleri clicando aqui (o hotel está localizado na cidade de Ürgüp).  Mas chegando lá as cavernas estavam lotadas e sobramos... No primeiro dia dormimos em um quarto em uma das casas gregas antigas.  No dia seguinte nos transferiram para a caverna - ah que legal!  O hotel é maravilhoso e o serviço também.  Só vi pessoas atenciosas assim na Índia, no hotel em Bangalore.  Um tratamento VIP!  Café da manhã delicioso, vista linda e dormir em uma caverna super luxuosa, com ar condicionado e som ambiente, só na Capadócia mesmo!
     
Vídeo com fotos do hotel:


Dervixes Rodopiantes

     Seguindo a dica de nosso guia, fomos, à noite, a uma apresentação dos Dervixes Rodopiantes no Derviş Evi, uma caverna onde é realizada a cerimônia.  Sinceramente, como portadora de rinite alérgica crônica, não gostei do local - era muito úmido e com muito mofo, causando reação imediata.  Porém a cerimônia em si foi muito interessante.
     A cerimônia é chamada de Sema e foi uma inspiração do Mevlana Celaleddin-i Rumi,  um santo muçulmano do séc. XIII.  
     A Sema representa uma jornada mística do homem espiritual através da mente e do amor até a perfeição.  Girando em direção à verdade, um dervixe cresce através do amor, abandona o seu ego, encontra a verdade e chega à perfeição.  Então ele retorna de sua jornada espiritual como um homem que alcançou a maturidade e uma maior perfeição, assim como amar e estar a serviço de toda a criação e de todas as criaturas sem discriminação de raça, classe ou crença.  Os dervixes, com seus chapéus (representando  o túmulo do ego), suas saias brancas (representando a mortalha do ego), nascidos espiritualmente para a verdade removendo suas capas pretas, fazem sua jornada para a maturidade espiritual através dos sete estágios da cerimônia.  No início e durante cada estágio da Sema, levantando seus braços na posição de cruz,  representam o número 1, testemunhando a onipresença de Deus.
     Enquanto giram, com os braços abertos, as mãos direitas viradas em direção ao céu e prontos para receber a benevolência de Deus, contemplando, os Dervixes viram sua mão esquerda em direção da terra e rodam no sentido anti-horário, em torno do coração. Esta é a forma de convergir o presente espiritual de Deus para as pessoas sobre as quais Deus olha com zelo divino.  Desta maneira, eles abraçam toda a humanidade e criação com afeição e amor.
     Para saber mais sobre a Sema e seus estágios, clique aqui
     Terminando a cerimônia, fomos para o centro da cidade de Ürgüp dar uma voltinha e jantar, e adivinha onde fomos parar?   Em um quartinho do pânico cheio de tapetes, inclusive com tapetes antigos com mais de século... Depois de muita conversa e negociação, compramos um tecido bordado para enquadrar... Mas foi suado...  Quer ter uma idéia do que tem no quartinho do pânico???  Clique aqui (foi nessa loja mesmo que nós fomos).  
      Jantamos em um restaurante no caminho de volta para o hotel, no centro.  Razoável.
      Fim de um dia de muitas aventuras, fomos dormir na expectativa do passeio do dia seguinte:  balão!!!!

Vídeo com todas as fotos do dia: